Robinho + 10!

Nesta quarta-feira, quatro grupos encerraram o “1º turno” da primeira fase da UCL. Os maiores vencedores – Milan e Real Madrid – golearam seus adversários, com destaque para Gilardino (foto ao lado), Seedorf e Robinho, que marcaram dois gols cada. Nos outros jogos, Chelsea, Rosenborg, Benfica, Werder Bremen e Besiktas fizeram o dever de casa. E na outra partida, Olympique de Marselha e Porto empataram por 1 a 1. Agora, só Barcelona e Arsenal possuem defesas invictas no torneio. Apontado como o candidato favorito do grupo A, o Liverpool é o lanterna com apenas 1 ponto. Nos demais, a situação é um pouco mais equilibrada, com todos times fortes na briga.

Real Madrid 4x2 Olympiacos

Parecia que o Real ia ganhar com facilidade. Dois minutos foram necessários para que os 63 mil torcedores comemorassem no Santiago Bernabéu. Robinho (foto destaque) deu uma bela enfiada de bola para Van Nistelrooy. O atacante chutou, o goleiro espalmou, e Raúl ficou livre para abrir o marcador: 1 a 0 para os blancos. Mas cinco minutos depois, o time grego deixou tudo igual no placar. Galletti da entrada da grande área tocou no canto direito de Casillas: 1 a 1 no Bernabéu. Aos 12 minutos, Van Nistelrooy preparava para entrar na área, quando Torosidis fez a falta e levou o cartão vermelho. A situação parecia ficar tranqüila para os merengues, que atacaram com mais freqüência na etapa inicial. Mas logo no primeiro minuto do segundo tempo, Julio César aproveitou falta cobrada por Djordjevic para virar o jogo a favor dos gregos: 2 a 1 Olympiacos.
O Real não se encontrava o campo e foi necessário brilhar a estrela de um grande jogador. Robinho, em noite inspirada começou a aparecer na partida. Aos 22 minutos, o atacante marcou de cabeça no contrapé do goleiro, após cruzamento de Sergio Ramos. Nove minutos mais tarde, o lance mais bonito da partida. Pela ponta esquerda, o brasileiro partiu pra cima da defesa grega dando várias pedaladas. O zagueiro acabou fazendo o pênalti. Na cobrança, Nistelrooy mal na partida isolou na arquibancada. Faltando sete minutos para o fim, Robinho antecipou dentro da grande área o atacante holandês e chutou de bico no canto esquerdo de Nikopolidis, para virar a partida: 3 a 2 Real. Ainda tinha caixa para mais, quando o camisa 10 deixou Balboa, que acabara de entrar, livre na área para liquidar a fatura a favor dos merengues: 4 a 2 "Robinho".

Ficha Técnica:
Real Madrid 4x2 Olympiacos

Real Madrid: Casillas, Salgado (Higuaín, 64’), Metzelder, S. Ramos, Marcelo; Gago, Guti, Robinho, Sneijder (Balboa, 82’); Raúl (Torres, 87’) e Van Nistelrooy.
Olympiacos: Nikopolidis, Raúl Bravo (Zewlakow, 74’), Julio César, Antzas, Torosidis; Djordjevic, Ledesma (Nuñez, 85’), Patsatzoglou, Galletti; Stoltidis; Lua Lua (Kovacevic, 71’)
Árbitro: Tom Henning Ovrebo (NOR)
Cartões Amarelos: Salgado e Robinho (Real Madrid); Antzas, Djordjevic, Galletti e Patsatzoglou.
Cartão Vermelho: Torosidis
Público: cerca de 63.000 torcedores
Gols: 1-0 Raúl (2')
1-1 Galletti (7')
1-2 Julio César (46')
2-2 Robinho (67')
3-2 Robinho (83')
4-2 Balboa (92')

Grupo A:
Olympique de Marselha (França) 1x1 Porto (Portugal)
Besiktas (Turquia) 2x1 Liverpool (Inglaterra)

Grupo B:
Rosenborg (Noruega) 2x0 Valencia (Espanha)
Chelsea (Inglaterra) 2x0 Shalke 04 (Alemanha)

Grupo C:
Real Madrid (Espanha) 2x4 Olympiacos (Grécia)
Werder Bremen (Alemanha) 2x1 Lazio (Itália)

Grupo D:
Milan (Itália) 4x1 Shakhtar Donetsk (Ucrânia)
Benfica (Portugal) 1x0 Celtic (Escócia)

Fotos: Reuters / Marca.com

Goleada sem brilho?

Definitivamente não foi uma vitória convincente. Com mais de 85 mil presentes no Maracanã, o Brasil só foi construir a goleada de 5 a 0 no fim do jogo. Os primeiros 45 minutos foram muito ruins, com a posse de bola maior para os equatorianos. A seleção brasileira tinha dificuldade para chegar ao ataque e o único gol da etapa inicial começou nos pés de Robinho. O atacante deu um lindo passe para Maicon. O lateral se desvencilhou do adversário com um simples toque na bola dando um “drible da vaca” e tocou para o meio da área. Vágner Love com o gol vazio só teve o trabalho de estufar as redes: 1 a 0 Brasil.
A torcida que esperava um futebol bonito – o que seria quase impossível com Dunga – começou a ficar impaciente e chegou a vaiar durante alguns momentos do jogo. No segundo tempo, o autor do primeiro gol ainda perdeu duas chances claras de ampliar.
Mas foi só aos 27 minutos que o Brasil deslanchou na partida. Em um chute de fora da área de Kaká, Ronaldinho Gaúcho colocou o bico da chuteira na bola, desviando sua trajetória. O goleiro ainda tentou voltar, mas ela foi morrer no canto esquerdo do gol: 2 a 0 para o Brasil.
O placar já estava “elástico” e a torcida queria ver futebol bonito. Logo aos 31 minutos, Kaká de fora da área acertou um lindo chute (foto destaque) no ângulo esquerdo da meta equatoriano, fazendo o terceiro gol do jogo e mostrando porque é um dos melhores jogadores do mundo.
A substituição mal feita de Dunga acabou dando certo. O técnico tirou o atacante Vágner Love e colocou o volante Elano, autor do quarto gol em jogada de ex-santistas. Robinho fez uma jogada genial na ponta esquerda entortando o adversário e cruzou para área. Elano chutou de perna esquerda no canto esquerdo levando ao delírio os torcedores brasileiros.
E para completar a goleada, Kaká novamente de fora da área deu um chute, só que desta vez despretensioso. Mas o goleiro Viteri escorregou no lance e acabou levando um legítimo frango: 5 a 0 para o Brasil.
Sem dúvida nenhuma, foi uma boa vitória para o início de Eliminatórias. Porém não se pode iludir com esse time. Os quatro gols no final da partida vieram principalmente da qualidade de Kaká e Robinho, além da falta de preparo físico dos equatorianos. A seleção precisa ainda de um bom centroavante com faro de artilheiro – somos reféns de Romário e Ronaldo até hoje. Apesar do primeiro gol, Vagner Love perdeu três chances claríssimas – uma delas sem goleiro, acertando a trave. Os zagueiros Lúcio e Juan atuaram muito bem, antecipando quase todas as bolas. Os adversários são fracos e o Brasil deverá garantir o passaporte para a África do Sul em 2010, mas muita coisa precisa ser mudada ainda.

Foto: Caio Leal - AFP Photo