Você se lembra?

Na tarde de ontem, a diretoria do Cruzeiro anunciou o novo patrocinador do clube. A partir de agora, a Construtora Tenda assina as camisas do clube celeste até o final de 2008 e a estréia será contra o Figueirense, no próximo dia 3 de julho.
Em entrevista para a imprensa, o principal discurso do presidente Alvimar de Oliveira Costa foi a falta de apoio ao empresariado mineiro ("Nós, mineiros, carecíamos de um apoio maior do empresariado mineiro ao nosso esporte. Finalmente surgiu uma grande empresa que passa a ser parceira do Cruzeiro" - Alvimar de Oliveira Costa).

Até aí você vai perguntar: E o que isso tem a ver?

Curiosamente, no final de 2006, o Cruzeiro anunciava o seu antigo patrocinador. Depois de quase 1 ano sem nenhuma marca na camisa, a diretoria oficializava a parceria com a empresa multinacional Xerox. Naquela oportunidade, o mesmo presidente celeste adotava outro discurso para enaltecer o até então patrocinador, dizendo que o clube sempre teve por tradição criar parcerias com marcas de tradição no âmbito internacional. ( “É uma grande honra para o Cruzeiro contar com um parceiro do porte da Xerox, em nossa trajetória. Um parceiro que está em linha com nossa tradição de contar sempre com patrocinadores de ponta e de nível internacional" - Alvimar de Oliveira Costa).

A parceria com a Tenda seria uma das conseqüências do fracasso do clube nos últimos 4 anos em campeonatos nacionais e internacionais?

Foto: Site oficial do Cruzeiro - www.cruzeiro.com.br

Em boa hora

O Internacional acertou nesta semana a contratação do meio-campo Pablo Guiñazú, de 28 anos. O argentino que defendia o Libertad do Paraguai, assinou um contrato de 3 anos para vestir a camisa colorada. O interesse já era antigo, desde a Libertadores de 2006, quando os dois clubes se enfrentaram, mas não houve avanço nas negociações. Com a chegada do meia, o técnico Gallo terá uma peça muito importante para o setor, este que desde o início do ano não agrada a torcida. O Inter sofreu bastante e o resultado foram as eliminações precoces no Gaúcho e Libertadores de 2007. Além disso, começou muito mal o Brasileiro e a reação veio depois de ter vencido a Recopa Sul-Americana, contra o Pachuca. Além do novo reforço, o próximo a chegar ao Beira-Rio poderá ser outro meia. Luciano Almeida, que estava no Sport e pertence ao Santos negocia com a diretoria sua transferência.

Guiñazú vestiu a camisa do novo clube e já começa a cair nas graças da torcida. O jogador afirmou que vai torcer pro Boca na final da Taça Libertadores pelo fato de ser argentino e também por ser o adversário do maior rival colorado - o Grêmio. Se jogar a mesma bola que jogava no Libertad, é certeza de ser o novo dono da camisa 8 do atual campeão do mundo.

Foto: Arivaldo Chaves/Agência RBS

Decisão especial

Na próxima quarta-feira, começa a disputa pelo título mais importante das Américas. Grêmio e Boca Juniors se enfrentam em duas partidas que prometem ser espetaculares. Mais ainda, um confronto tão disputado entre duas equipes tradicionais do futebol sul-americano, que não acontece há algum tempo. No caso de dois empates, ou empate no saldo de gols, a decisão será nos pênaltis.
Para chegar à grande final, o tricolor gaúcho precisou vencer suado a equipe do Cerro Porteño na última rodada da primeira fase por 1 a 0 no Olímpico. Nas fases de mata-mata, ao melhor estilo Grêmio, bateu São Paulo, Defensor – revertendo as derrotas nos jogos de ida – e o Santos – segurou o resultado como pôde na Vila Belmiro – para poder jogar em sua quarta decisão e buscar o tri.
Já o Boca se deu o luxo de colocar reservas em algumas partidas da primeira fase e classificou na última rodada goleando o modesto Bolívar por 7 a 0. No mata-mata, eliminou o Vélez Sarsfield, Libertad, e por último, a equipe novata do Cúcuta – revertando o placar do primeiro jogo com um belo futebol debaixo de uma forte neblina.
Mais do que uma grande decisão, só de chegar até esta final cada equipe tem um gostinho especial. Para o Grêmio, é a prova de que voltou ao seu devido lugar, depois de ter caído para a Série B do futebol brasileiro. Além disso, mostrou aos rivais colorados que podem dar o troco do que aconteceu em 2006, quando o Inter venceu o torneio e depois o Mundial Interclubes.
Para o Boca Juniors, é a auto-afirmação no cenário sul-americano. Os xeneizes não puderam acompanhar a equipe na edição passada do torneio, fato que não acontecia há algum tempo. A luta pelo hexa pode acabar com a frustração do último Torneio Clausura, quando perdeu de forma inexplicável para o Estudiantes.
Acredito que a torcida vai e não vai fazer a diferença. Tanto Boca e Grêmio estão acostumados a jogar com mais de 50 mil torcedores em seus respectivos estádios. Se La Bombonera não pára um minuto sequer, o Olímpico não é diferente. Jogar em casa tem sempre a torcida a favor durante os 90 minutos, mas as duas equipes conseguem suportar a pressão, devido à experiência de vários jogadores. O que deverá fazer a diferença são a técnica e raça. Do meio-campo pra frente, o Boca conta com jogadores em excelentes fases – destaque para Riquelme (foto acima), Palermo, Palácio e Ledesma. Ainda contam com a experiência de quase todo o elenco já ter disputado uma final de Libertadores. Do outro lado, os comandados de Mano Menezes sabem marcar muito bem, e utilizam o contra-ataque de forma eficiente, através dos laterais Patrício e Lúcio, além do jovem atacante Carlos Eduardo (foto ao lado), de apenas 19 anos.
Para os amantes do futebol, é bom lembrar que o Grêmio foi a primeira equipe estrangeira a vencer o Boca no estádio La Bombonera. A partida aconteceu no dia 25 de fevereiro de 1959, quando o tricolor gaúcho venceu por 4 a 1 – todos os gols assinalados pelo meia uruguaio Gessi.

Confira a ficha técnica do primeiro jogo:

Boca Juniors-ARG x Grêmio-BRA
Local: Estádio La Bombonera, Buenos Aires – Argentina
Data: 13/06/2007 – Quarta-Feira
Horário: 21:45
Juiz: Jorge Larrionda - Uruguai (Árbitro FIFA)

Boca Juniors: Caranta; Ibarra, Diaz, Morel (Silvestre) e Rodriguéz; Ledesma, Banega, Cardozo, e Riquelme; Palacio e Palermo. Técnico: Miguel Russo.

Grêmio: Saja; Patrício, Willian, Teco e Lúcio; Sandro Goiano, Diego Souza, Tcheco, Gavillán (Lucas); Carlos Eduardo e Douglas (Tuta). Técnico: Mano Menezes.

Fotos: Reuters e AFP

Uruguai 2030?

O Uruguai vem trabalhando nos bastidores para realizar um grande evento na história do país. A idéia da Associação Uruguaia de Futebol é a realização da Copa do Mundo de 2030, ano que a celeste olímpica completa o centenário do primeiro torneio mundial de seleções. Em 1930, os uruguaios venceram dentro de casa os vizinhos argentinos por 4 a 2 na grande final.
Para um dos organizadores do evento, esta realização é a causa de um povo que vive do futebol. Além disso, a idéia já foi passada para o presidente da FIFA Joseph Blatter, que deixou a entender que o país sul-americano precisa de apoio dos vizinhos do Mercosul.
Além de ser uma marca para a história do país – ano do centenário deste título -, e para a história do futebol mundial, os ideais deste possível evento vão mais longe que isso. É mais que um resgate do futebol uruguaio, que hà anos não é referência no futebol sul-americano e muito menos mundial. A seleção foi eliminada pela modesta Austrália na repescagem das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2006. Já os times nacionais não fazem campanhas boas fora do país. O último título da Taça Libertadores da América foi conquistado há quase 20 anos, pelo Nacional. Em 1988, a equipe venceu o Newell’s Old Boys por 3 a 0 no jogo de volta e se sagrou tricampeão do torneio.

Confira os principais títulos do futebol uruguaio:

Seleção:

Campeã Olímpica de Futebol: 1924, 1928
Copas do Mundo: 1930, 1950
Copa América: 1916, 1917, 1920, 1923, 1924, 1926, 1929, 1942, 1956, 1959, 1967, 1983, 1987, 1995

Clubes:

Taça Libertadores da América:
Peñarol: 1960*, 1961, 1966*, 1982*, 1987
Nacional: 1971*, 1980*, 1988*

* Conquistou o Mundial de Clubes no Japão no mesmo ano