Decisão especial

Na próxima quarta-feira, começa a disputa pelo título mais importante das Américas. Grêmio e Boca Juniors se enfrentam em duas partidas que prometem ser espetaculares. Mais ainda, um confronto tão disputado entre duas equipes tradicionais do futebol sul-americano, que não acontece há algum tempo. No caso de dois empates, ou empate no saldo de gols, a decisão será nos pênaltis.
Para chegar à grande final, o tricolor gaúcho precisou vencer suado a equipe do Cerro Porteño na última rodada da primeira fase por 1 a 0 no Olímpico. Nas fases de mata-mata, ao melhor estilo Grêmio, bateu São Paulo, Defensor – revertendo as derrotas nos jogos de ida – e o Santos – segurou o resultado como pôde na Vila Belmiro – para poder jogar em sua quarta decisão e buscar o tri.
Já o Boca se deu o luxo de colocar reservas em algumas partidas da primeira fase e classificou na última rodada goleando o modesto Bolívar por 7 a 0. No mata-mata, eliminou o Vélez Sarsfield, Libertad, e por último, a equipe novata do Cúcuta – revertando o placar do primeiro jogo com um belo futebol debaixo de uma forte neblina.
Mais do que uma grande decisão, só de chegar até esta final cada equipe tem um gostinho especial. Para o Grêmio, é a prova de que voltou ao seu devido lugar, depois de ter caído para a Série B do futebol brasileiro. Além disso, mostrou aos rivais colorados que podem dar o troco do que aconteceu em 2006, quando o Inter venceu o torneio e depois o Mundial Interclubes.
Para o Boca Juniors, é a auto-afirmação no cenário sul-americano. Os xeneizes não puderam acompanhar a equipe na edição passada do torneio, fato que não acontecia há algum tempo. A luta pelo hexa pode acabar com a frustração do último Torneio Clausura, quando perdeu de forma inexplicável para o Estudiantes.
Acredito que a torcida vai e não vai fazer a diferença. Tanto Boca e Grêmio estão acostumados a jogar com mais de 50 mil torcedores em seus respectivos estádios. Se La Bombonera não pára um minuto sequer, o Olímpico não é diferente. Jogar em casa tem sempre a torcida a favor durante os 90 minutos, mas as duas equipes conseguem suportar a pressão, devido à experiência de vários jogadores. O que deverá fazer a diferença são a técnica e raça. Do meio-campo pra frente, o Boca conta com jogadores em excelentes fases – destaque para Riquelme (foto acima), Palermo, Palácio e Ledesma. Ainda contam com a experiência de quase todo o elenco já ter disputado uma final de Libertadores. Do outro lado, os comandados de Mano Menezes sabem marcar muito bem, e utilizam o contra-ataque de forma eficiente, através dos laterais Patrício e Lúcio, além do jovem atacante Carlos Eduardo (foto ao lado), de apenas 19 anos.
Para os amantes do futebol, é bom lembrar que o Grêmio foi a primeira equipe estrangeira a vencer o Boca no estádio La Bombonera. A partida aconteceu no dia 25 de fevereiro de 1959, quando o tricolor gaúcho venceu por 4 a 1 – todos os gols assinalados pelo meia uruguaio Gessi.

Confira a ficha técnica do primeiro jogo:

Boca Juniors-ARG x Grêmio-BRA
Local: Estádio La Bombonera, Buenos Aires – Argentina
Data: 13/06/2007 – Quarta-Feira
Horário: 21:45
Juiz: Jorge Larrionda - Uruguai (Árbitro FIFA)

Boca Juniors: Caranta; Ibarra, Diaz, Morel (Silvestre) e Rodriguéz; Ledesma, Banega, Cardozo, e Riquelme; Palacio e Palermo. Técnico: Miguel Russo.

Grêmio: Saja; Patrício, Willian, Teco e Lúcio; Sandro Goiano, Diego Souza, Tcheco, Gavillán (Lucas); Carlos Eduardo e Douglas (Tuta). Técnico: Mano Menezes.

Fotos: Reuters e AFP